Cortam lá fora e aqui está tão triste. Impotência de quem vê, de quem corta. Responsabilidade de quem? Sua, minha ou de ninguém? Cortam lá fora e aqui o que aflora? Desesperança. É a vida se esvaindo aos poucos de uma forma tão rápida. Quando já se vê, nem se vê mais. Cortam lá fora, continuam cortando, e aqui dentro? sangrando. Quem ousa inerte assistir ao “espetáculo” da morte? A vida é tão fugaz. As árvores que abrigavam ospássaros já não abrigam mais. As folhas verdes continuam verdes, esperança no chão, elas não voltam mais não. Cortam lá fora e agora o aqui é imensidão, deserto de vida. Quem provocou tanta ferida em meu coração? Cortam lá fora, cortam aqui, continuam cortando, eles têm de seguir. Cortam lá fora e aqui eu só posso assistir. Quem poderia impedir? Mais um minuto. Eles continuam a cortar e dos pássaros o canto ouço a entoar um choro de desespero: “eu perdi meu lar”. Cortam lá fora e eu aqui dentro tenho de terminar.
Créditos da foto: Folha de São Paulo O “Dia do Índio” Eu me senti instada a falar de mim. No dia 19 de abril, foi lembrado do dique costumávamos chamar de “Dia do Índio”. No Instagram eu fiz a publicação de um Reels em que alguns indígenas falam da diversidade de seus povos, populações que já estavam aqui e habitavam este país quando houve a invasão portuguesa que dizimou a maior parte dessas populações e apagou sua cultura e existência. “Hoje não é dia do índio” dizia o vídeo. Falando de mim, eu devo admitir que já fui essa pessoa que questionou a “legitimidade desses povos” e questionei à época se ainda “existia índio” no Brasil, sendo estes civilizados. Mas que grande preconceito, não é mesmo? Admito também que já fui uma pessoa contra cotas, fossem elas quais fossem. Mas nossa! Como o tempo passou e me fez...
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