Jade costurava as veias abertas da Amazônia. Pelo menos tentava. No eldorado de Oxum, as labaredas invadiam o palácio da rainha dos rios. Calor insuportável: milhares de graus no inferno ondulante.
As folhas choravam em cima, e a grama corria embaixo. Os pássaros voavam. A costura não funcionava. O fio teimoso insistia em partir-se. Fechava-se uma veia, abria-se outra. Hades só podia estar brincando com ela.
A barca estava chegando na floresta, e Caronte não queria nem cobrar o trajeto. Sequer um dracma. Alguém tinha de ajudá-la a refazer o fio. Parecia que nem o tridente de Poseidon dava jeito. Vida difícil na hileia. Vida? Que vida? Só restaram morte e fumaça.
Créditos da Arte: Restoration, de Jade Leyva Art
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