O aparelho que media os batimentos cardíacos sincronizava a vibração da sala de cirurgia. O descompasso do coração parecia ser sentido por toda equipe médica, e não somente pelo paciente, deitado, inerte, entregue à sábia condução do doutor experiente e ao que o destino tinha a lhe oferecer.
A linha verde, contrastada com o fundo negro do aparelho de última geração, era a metáfora da vida insistindo em lutar com a morte. Uma batalha desleal. Para a morte, não há remédio, já se sabe.
Não fosse a recusa da equipe em cruzar a porta da sala de espera como mensageira de notícia trágica, a batalha seria mais curta. Mas a nossa hora, só Deus sabe. Não é o que dizem?
A desse paciente chegou depois de longos anos travando embate com um câncer, dito como terminal. Quisera tivesse sido... terminado, cessado, calado. Agora estava em paz.
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