Se
me pedissem para escolher entre ontem e amanhã eu, com certeza, optaria pela
incerteza do amanhã, pelo desconhecimento, pela possibilidade, pelo fazer
diferente. Daria-me um buquê de noiva e adentraria a nave de uma capela vazia
de pessoas e cheia de sentido e me casaria, sem noivo, noiva ou testemunhas
comigo mesma. Colocaria no cálice, em lugar das hóstias, todas as dores para
que se refizessem e me integrassem sem danos. Transmutadas em memórias, elas,
as dores, seriam apenas o que já vivi sem o peso de ser como sou. Diria para
mim mesma, “ Eu aceito me casar comigo e comigo estar por todos os dias da
minha vida, mais na saúde do que na doença, mais na alegria que na tristeza,
amando-me e respeitando-me por todos dias da minha vida”. Sairia da capela com
a certeza de estar construindo uma vida nova onde a gentileza comigo imperaria.
Sem máscaras ou fantasias, sem a expectativa do outro ser responsável pela
minha inteireza. Eu e eu mesma sairíamos, assim, de mãos dadas para a velha e
nova vida.
Água sólida, Água líquida, Água gasosa; Água viva, Água morta, Água parada; Água doce, Água salgada, Água que me faz viver a cada passada; Água do rio, Água neutra, Água do mar; Água desperdiçada Água suja Água que cai em pé e corre deitada; Água pura, Água tratada, Água reutilizada; Água, Água,..., Água, Água…., Água que deságua no lago paranoá Água cristalina, Água do céu; “Água de beber camará”

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