Lindo
amigo Corpo,
Sei que
faz um tempo que não nos falamos ou talvez nunca tenhamos trocado uma
ideia de uma forma tão reta e sincera. Me lembro que a última vez que nós
tentamos um diálogo você não me obedeceu. Cismou em entrar em pânico.
Mas hoje
eu sou outra. Sou melhor. Sou uma versão 3.0 de mim mesma. Esta mente que te
habita, digo com convicção, é uma mente que busca viver com mais equilíbrio,
com mais amor. E é por isso que venho, hoje, falar contigo, meu querido Corpo.
Venho te
agradecer por tudo o que você tem me proporcionado nos últimos 40 anos de
existência. Você me ajudou a chegar onde jamais sonhei e foi contigo que
alcancei tudo o que almejei.
Verdade
seja dita: você, assim como eu, não tem mais 20 anos. Há sim situações
indesejadas entre nós, como aquelas celulites e aquela pochetinha que parece
ter-se instalado de forma permanente. Nunca te acostumei a comer mato e por
isso, hoje, você está longe de ser padrão dessas revistas ditatoriais que
circulam por aí. Mas eu te amo mesmo assim.
Amo que
você seja meio roliço e carnudo, amo que meus pés sejam capazes de sentir as
ondas do mar e a areia nos pés. Amo que você seja capaz de correr, suar,
chorar, sorrir e cantar. Por tudo isso, Corpo, eu apenas vim aqui pra te dizer
que eu sei que vou “te amar por toda a minha vida”.
Elaine
Elaine, como é bom ver a narradora ter uma relação saudável com o corpo, que :a levou a lugares nunca antes imaginados", com seus limites e despetares. Sugiro um título para todos os textos: Mulheres falam com seus corpos.
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