Pular para o conteúdo principal

Gentileza em tempo de selvageria - Lorena Santos




Plantar gentileza em tempos de selvageria
Escolher o sim ou o não
Perceber que o verde das folhas não é um único verde
Cada uma em suas nuances, suas finas curvas e linhas
Como rugas que caminham em nossas faces
Cada tom, bandeira, água, amarelado
Como os envelopes de cartas de um primeiro amor
Eterno em devaneios
Leve em bolhas de sabão

E o não saber o que é reto, o que é correto e certo
se não o íntegro de si
que é nada além da matéria do sonho
e o concreto do desejo
e do sexo.

Essa busca pelo que é lá no fundo de si
Que salta daqui para ali
Que não sabe mais ser contido em um continente
oco que um dia coube o mundo
Hoje vazio e entupido
Como se pudesse ser tudo ao mesmo tempo que vácuo

O ontem e o amanhã
no mesmo barco
porque não se sabe o que é um ou o outro
E toda essa história de sim e de não é tão balela
quanto essa ideia de gentileza em tempo de selvageria
Suportaria talvez um dia?
Duraria quem sabe o sopro de uma vela
esse amor eterno  em fantasia

Leia também em: https://innerbabel.blogspot.com/2018/11/gentileza-em-tempos-de-selvageria.html

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Hoje não é dia do índio - Karenina Bispo

                                            Créditos da foto: Folha de São Paulo O “Dia do Índio” Eu me senti instada a falar de mim. No dia 19 de abril, foi lembrado do dique costumávamos chamar de “Dia do Índio”. No Instagram eu fiz a publicação de um Reels em que alguns indígenas falam da diversidade de seus povos, populações que já estavam aqui e habitavam este país quando houve a invasão portuguesa que dizimou a maior parte dessas populações e apagou sua cultura e existência. “Hoje não é dia do índio” dizia o vídeo.  Falando de mim, eu devo admitir que já fui essa pessoa que questionou a “legitimidade desses povos” e questionei à época se ainda “existia índio” no Brasil, sendo estes civilizados. Mas que grande preconceito, não é mesmo? Admito também que já fui uma pessoa contra cotas, fossem elas quais fossem. Mas nossa! Como o tempo passou e me fez...
 Água sólida, Água líquida, Água gasosa;  Água viva, Água morta, Água parada;  Água doce, Água salgada, Água que me faz viver a cada passada;  Água do rio, Água neutra, Água do mar;  Água desperdiçada Água suja Água que cai em pé e corre deitada;   Água pura, Água tratada, Água reutilizada;  Água, Água,...,  Água, Água….,   Água que deságua no lago paranoá  Água cristalina,  Água do céu;  “Água de beber camará”

É preciso ir para algum lugar? - Vera Barrozo

  É preciso ir para algum lugar? Parei. Aqui. Ao sol. Nessa cidade que não conheço... bebo uma água com limão. Pessoas caminham...  Passam. Estar...  Estar aqui.  É Paris. (Foi tanto tempo pra chegar aqui!) Agora cheguei. Nessa mesa... E já cá não estou. Porque as letras, os rumos, os objetivos de um itinerário turístico escrito por alguém – mais provavelmente dezenas – ou centenas – de pessoas me pretende dizer o que devo fazer para... (ter estado aqui) ... agora, que cheguei aqui. Não basta estar. Não basta respirar. (Se estou em Paris, há um roteiro inteiro: enorme, quilométrico, longo, antigo, moderno...) NADA de minusculinidades... Quem é você... Que vem a Paris  para sorver  o  ar da  luz  que é  re fle ti da  ao seu redor???