Entrei num carro vermelho sem saber para onde ia. No vidro, um adesivo: “Cuba Livre.” A sensação de não saber onde ir me provocou conforto. Como é bom não precisar saber aonde ir. Me levem para um bom lugar. Qualquer bom lugar.O carro vermelho se destacava na rua da cidade - era o que me dizia a imagem no retrovisor. Vermelho, sangue. Vermelho, batom do bordel barato. Vermelho, paixão. Vermelho, liberdade. Aquele conforto da viagem se aninhou em mim. Continuei a olhar a imagem no retrovisor. Tudo ficava pra trás, onde eu não precisaria mais ficar.
Verbal, 28 de maio de 2018.
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