A bailarina que morava ali se foi.
Não disse pra onde.
Cansou.
Não queria mais passos estudados, treinados, tensos, ou não.
Não queria mais aquela dança.
Mesmo que sua roupa fosse tão linda, angelical, branquíssima como a neve. Chega de tanta delicadeza!
Chegou, pra ela.
Saiu pra conhecer os outros tipos de dança que dançavam dentro de si.
E se esbaldou.
Porque eram tantas as músicas, os movimentos, as roupas possíveis!
Eram tantos os ritmos!
Até pensou: - Nossa, por que fiquei tanto tempo lá?
Mas é preciso.
É preciso ficar o tempo que não sabemos qual é,
e que descobrimos quando passa, chega, vai...
e seguimos, vamos, adiante.
É.
Faz parte do processo de amadurecimento dos frutos mais deliciosos.
O tempo em que não se está em êxtase, com a vida.
Agora estou. E nada mais me prende.
E sigo o movimento que me enleva e leva ao encontro de mim.
Me leva ao conforto do meu próprio coração, me diz que sim.
Estou inteira.
E danço.
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