Vera trouxe um objeto estranho. Fico eu pensando o que é um objeto estranho em tempos de telepatia internética e de modificação genética. Ao retumbar dos tambores, a chuva metálica cai da loja oficial de perfumes da cidade. Chuva que brinca com as gotas do silêncio e se arrasta na areia desnuda do mar em que não piso. As gotas fazem pausa para serem tocadas. Ao toque, no entanto, o metal, o desavisado fere. Poucas gotas caem agora e se arrastam no silêncio do chão frio. Poucas gotas caem agora e se desfazem no amassar do papel da loja oficial de perfumes da cidade. As gotas, recolhidas, sabem uma história que não querem contar. Silenciosas, agora, elas descansam no segredo de uma sacola.
Verbal, 23 de abril de 2018.
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