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Mostrando postagens de dezembro, 2017

Na, o tal - Carolina Leal

Na, o tal, aparece sempre. Faça chuva, sol, tempestade ou neve, todo final de ano, mais especificamente na última semana , ali está ele. Entre luzes e enfeites, sacolas cheias e empurra-empurra, comilança, embriaguez, gritos, verdades reveladas, fogos e facadas, lá está Na, o tal. E no cantinho de cada cena, deitado na simplicidade de sua manjedoura, o menino a tudo espia. Créditos da foto: https://images.google.com.br/imgres?imgurl=http%3A%2F%2Ff.i.uol.com.br%2Ffotografia%2F2012%2F12%2F15%2F220582-970x600-1.jpeg&imgrefurl=http%3A%2F%2Ffotografia.folha.uol.com.br%2Fgalerias%2F12232-compras-de-natal-na-rua-25-de-marco&docid=KRUAkcgdS8-rVM&tbnid=JL48MurYoy9QeM%3A&vet=1&w=970&h=600&source=sh%2Fx%2Fim 

CHEIRO DE SAUDADE - Conceição Couto

         Frescor. Era assim o cheiro dela - pelo menos, do que eu lembro, ou o que a fantasia me ajudou a construir. Era com esse cheiro que ela me beijava a testa todas as manhãs, vestida no costumeiro saia e blusa para ir ao trabalho. Eu ia com um beijo na testa para a escola e lá ficávamos: eu e o beijo. Só a encontrava novamente à noite, já cansada do trabalho. Lembro-me do seu abraço quando a professora - sem eu saber - disse que eu tinha ficado em quarto lugar no ano letivo. Ela me abraçou quando eu queria o primeiro lugar. Quando me chamaram de “Bolinha”, ela foi à escola falar com os meus colegas, e eu nem tinha me importado com o apelido . Blusa de linho com o nome da escola bordado. Saia plissada azul-marinho. Sapatos de couro e meias brancas. Era assim também que ela demonstrava o seu capricho. Na primeira comunhão, tive medo da vela, pois podia, em contato com o véu, pegar fogo, disseram...