Não me imagino num país governado por quem não me representa. A população armada contra os negros, contra os LGBTQs, contra as mulheres, contra si mesma, contra mim. Jogaria a toalha sem pestanejar não fosse essa vida de 11 anos a pulsar por todos os cantos do mundo. Não fosse eu a imaginá-la daqui a dez anos, crescendo num país a discriminá-la. Ainda ontem a catequista tentou ensinar que não se deve repetir as palavras do Celebrante durante a preparação do rito da Comunhão. Perguntou a ela? “ Você é o padre?” Ao que ela respondeu, “Não, sou a Madre” - o que me encheu de orgulho, pois, no lugar dela, na minha catequese, teria baixado a cabeça e quase chorado. Era assim que as crianças se comportavam em tempos de submissão. Mas ela não. Ela sabe se defender. Disse eu para a Catequista que eu também falara junto. Eu a defendi em meu nome. Eu me defendi. Talvez por ela ainda haja dentro em mim, bem escondida, alguma resistência, mas não mais por mim. Verbal, 8 de o...
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